Monday, 17 January 2011

Proposta para PERFORMA'11: Music at displaced places

Music at displaced places: a video-performance
Teresa Vila Verde

To think about “music at displaced places” we have to put music outside from its main space of action and thinking, and break many established conventions, rules and agreed norms. According to John Tusa (2005, The Janus Aspect: Artists in the Twenty-First Century. London: Methuen), this attitude is absolutely necessary to anyone interested in finding new forms of expression, in exploring new territories of action, in addressing the audience through new channels, and in experimenting new techniques and materials, aiming to achieve the traditional ends of deepened artistic expression. Indeed, when we work at liminal places, we can find new ways to link the historical heritage to the most innovatory artistic processes, to merge the real and the virtual space into a single dimension, to connect personal and collective memories, to interlink music with choreography, actions, objects and text in novel ways, and to play with layers of information where anyone has to choose what to see and how to understand what they see.

Therefore, after presenting at Performa’09 how music could be tackled as performance, this time I intend to explore more intensively the practical implications of this approach and re-create my latest work, called Music or Performance? That is the Question (created for the first feminist festival in Portugal, FeministizARTE, Braga/2009), in such a way that will link music to memory, gender and body, the three main themes of this conference. Consequently, the presentation will be a performance itself, and will start with a short introduction to contextualize the work followed by a creative description of it. This kind of presentation comes in line with the performance enterprise, which does not value pureness, perfectness, repetition, premeditation or convention. Instead, it challenges us to re-make what we have done in the past by adding new commentaries, techniques and materials. Embedded within this spirit, I will engage creatively with the video and experiment a new kind of presentation: a video-performance.

Artistic Production
Duration: around 40 minutes
Creation and Performer: Teresa Vila Verde
Video: Priscilla Fontoura
Artistic Direction: Vitor Alves da Silva


TVV

Monday, 10 January 2011

sim, tenho medo...

Sim, agora tenho muitos medos

medo de acreditar nas pessoas
medo de ir a certos lugares
medo de ouvir certas músicas
medo de me sentir
medo de sonhar...
porque tudo me lembra o passado
bom, vivido, intenso
mas que já não é presente, nem será futuro

O futuro
esse terá de passar pelas minhas "performances"
só aí não tenho medo
só aí sei que nada nem ninguém me desiludirá
só aí posso sonhar sem limites
posso sentir o infinito
posso viver em plenitude
posso transcender-me como ser humano
pois todos os meus sonhos se tornam realidade!
Mas só aí...

Teresa VV

PS. Pena estar a fazer uma formação pedagógica que me tira tempo para fazer o que gosto...mas brevemente "ressuscitarei"!

Friday, 17 December 2010

Falem-me de Amor... Pina Bausch

"Falem-me de Amor", disse Pina Bausch. Talvez esta frase resuma todo o espectáculo de Alain Platel, "Out of Context - for Pina", apresentado hoje em Guimarães no CCVF.

A mistura do universo grotesco, caótico e fortemente sexual de Alain Platel, com a expressão humanista, silenciosa, ternurenta de Pina Bausch parece á partida algo incongruente. E é! Mas é exactamente da mistura destes dois universos opostos e tão fortes que nasceu o Belo!

Ambos partilham a temática da complexidade das relações humanas...será que algum dia entenderemos as nossas diferenças? Será que algum dia teremos resposta para isto que chamamos de Amor?? Aqui há uma resposta...

Um bailarino pede ao público para alguém dançar com ele, para lhe tocar... após alguma hesitação uma rapariga salta para o palco e abraça-o! E depois outro. E depois outro. Em poucos minutos temos uma pequena multidão, onde ninguém conhece ninguém, que se abraça e se toca...tal como Pina teria desejado...

Isto acontece no final d espectáculo ao som de uma versão incrível de "Nothing compares to you". É aqui que me saltam as lágrimas de forma incontrolável (lá se vai o eyeliner, colocado com tanto cuidado!). Porque a vida é assim. Porque todos precisamos de ser abraçados, de ser tocados, de ser amados...

Esta foi a versão que ouvi, de Jimmy Scott, a cantar estas palavras tão dolorosas...



Uma Teresa fortemente emocionada!

Tvv

Saturday, 4 December 2010

O problema do "sentir"



A dança é outra das minhas paixões.
Quando vi ELECTRA da Olga Roriz algo mudou em mim.
Esqueci tudo e todos e só me lembro de fugir do teatro para, escondida, chorar...
porque não compreendia o que sentia
porque estava sufocada de tanto "sentir"
por tomar consciência que "não sentia" na minha vida
porque estava FELIZ por conseguir "sentir" novamente.
Eu preciso da Arte para ser um humano pleno!

Tvv

Friday, 3 December 2010

Manifesto: Não deixem a luz morrer!

Os dias que vivemos não são fáceis, especiamente para quem vive das artes. Por isso aqui fica o meu pequeno acto solidário com a minha amiga designer de luz, Margarida Alves, porque os sonhos não podem nunca apagar-se!

«Bom dia,

Sou designer de luz e som. Finalizei a Licenciatura, nesta mesma área, este ano na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo. Trabalho em teatro, desempenhando diferentes funções, há mais de dez anos.

Frequentei meios profissionais e amadores e indiferentemente do meio empenho-me sempre com a mesma dedicação. Este é o meu projecto de vida ou pelo menos esforço-me para que assim seja. Já experimentei diferentes caminhos, ou por vezes não tive mesmo alternativa, atendendo às leis da mais básica sobrevivência, e tive que desviar-me deste percurso que venho construíndo arduamente.

Parece-me que o mergulho nesta vida é feito através do que nos deslumbra é isso que nos move ou nos deve mover, e o meu deslumbramento reside no vislumbre da subtileza dos mágicos reflexos. A luz é a minha poesia, muito mais poderosa do que qualquer jogo de palavras rebuscadas. A luz é a fonte da vida, é o mítico início da nossa existência. O que somos é afectado pela maneira como vemos, seja através da penumbra ou da claridade extrema.

O que pretendo é que o meu sonho não permaneça encerrado entre escuras paredes, e que alguém me dê a oportunidade, os meios, de debruçar-me sobre as infinitas nuances dos raios fugazes.

Sei, por experiência, que estas candidaturas raramente têm algum seguimento e muitas vezes são negligenciadas, logo à partida. Sei que no nosso país nos meandros das áreas artísticas, como em tantas outras, as oportunidades só surgem através do contacto directo, dos "conhecimentos". Sei que na maré negra que atravessamos, face a uma atitude generalizada de desconfiança, de contenção, de depressão colectiva, mais difícil se torna encontrar uma brecha onde possamos mostrar o que somos. (Acho que é urgente remarmos com as todas as nossas forças contra esta maré, desacreditando as mais negras previsões.)

Sem mais delongas, este é o meu manifesto. Manifesto a minha vontade/necessidade urgente em trabalhar. Manifesto a minha crença infinita nos sonhos. Manifesto o meu apreço pela vossa atenção.

Com os melhores cumprimentos

Margarida Alves

2 de Novembro 2010»

Beijinhos minha querida!

Tvv

Wednesday, 1 December 2010

A actualidade do discurso de António Barreto: os portugueses precisam é de bons exemplos

Recentemente fiz um trabalho sobre Ética e Educação que incidia sobre a fraude académica, ou seja, o vulgo "copianço" na hora da avaliação. Esta questão, longe de ser nova, adquiriu novos contornos nas últimas décadas com o advento da internet e com o consequente "plágio" dos trabalhos, que atingiu uma dimensão difícil de se qualificar e de se quantificar.

A minha questão é saber como podemos nós, educadores, consciencializar os nossos alunos para as boas práticas éticas, tais como a transparência, a responsabilidade, a honestidade intelectual? A quem compete esta transmissão de valores de ordem ética? A todos nós, é claro, sejamos pais ou/e educadores, sejamos líderes políticos, religiosos e/ou académicos.

Para argumentá-lo não resisti a citar António Barreto, quando diz a certa altura no seu discurso do dia de Camões, de Portugal e das comunidades portuguesas em 2009, o seguinte:

«Pela justiça e pela tolerância, os portugueses precisam mais de exemplo do que de lições morais;

Pela honestidade e contra a corrupção, os portugueses precisam de exemplo mais do que de sermões;

Pela eficácia, pela pontualidade, pelo atendimento público e pela civilidade dos costumes, os portugueses serão mais sensiveis ao exemplo do que à ameaça ou ao desprezo;

Pela liberdade e pelo respeito aos outros, os portugueses aprenderão mais com o exemplo do que com declarações solenes;

Contra a decadência moral e cívica, os portugueses terão mais a ganhar com o exemplo do que com discursos pomposos;

Pela recompensa ao mérito e a punição do favoritismo, os portugueses seguirão o exemplo do mais elevado sentido de justiça.

Mais do que tudo, os portugueses precisam de exemplo. Exemplo dos seus maiores e dos seus melhores. Os exemplos dos seus heróis, mas também dos seus dirigentes. Dos afortunados, cujas responsabilidades deveriam ultrapassar os limites da sua fortuna. Dos sabedores, cuja primeira preocupação deveria ser a de divulgar o seu saber. Dos poderosos, que deveriam olhar mais para quem lhes deu o poder. Dos que têm mais responsabilidades, cujo "ethos" deveria ser o de servir.»

Enquanto houver em Portugal pessoas a pensar assim, sou orgulhosa de ser Portuguesa.

Precisamos é de pessoas com esta CORAGEM!!

Teresa VV

PS. Discurso integral em PDF disponível http://static.publico.clix.pt/docs/politica/antonio_barreto_10062009.pdf

Wednesday, 24 November 2010

olá

irei regressar aqui.
porque me apetece
porque acho que terei tempo

ás vezes é preciso parar
para vivermos apenas
para estudar novos temas
para respirar o mundo

mas quero agora voltar aos meus pensamentos

brevemente

Tvv