Wednesday 1 December 2010

A actualidade do discurso de António Barreto: os portugueses precisam é de bons exemplos

Recentemente fiz um trabalho sobre Ética e Educação que incidia sobre a fraude académica, ou seja, o vulgo "copianço" na hora da avaliação. Esta questão, longe de ser nova, adquiriu novos contornos nas últimas décadas com o advento da internet e com o consequente "plágio" dos trabalhos, que atingiu uma dimensão difícil de se qualificar e de se quantificar.

A minha questão é saber como podemos nós, educadores, consciencializar os nossos alunos para as boas práticas éticas, tais como a transparência, a responsabilidade, a honestidade intelectual? A quem compete esta transmissão de valores de ordem ética? A todos nós, é claro, sejamos pais ou/e educadores, sejamos líderes políticos, religiosos e/ou académicos.

Para argumentá-lo não resisti a citar António Barreto, quando diz a certa altura no seu discurso do dia de Camões, de Portugal e das comunidades portuguesas em 2009, o seguinte:

«Pela justiça e pela tolerância, os portugueses precisam mais de exemplo do que de lições morais;

Pela honestidade e contra a corrupção, os portugueses precisam de exemplo mais do que de sermões;

Pela eficácia, pela pontualidade, pelo atendimento público e pela civilidade dos costumes, os portugueses serão mais sensiveis ao exemplo do que à ameaça ou ao desprezo;

Pela liberdade e pelo respeito aos outros, os portugueses aprenderão mais com o exemplo do que com declarações solenes;

Contra a decadência moral e cívica, os portugueses terão mais a ganhar com o exemplo do que com discursos pomposos;

Pela recompensa ao mérito e a punição do favoritismo, os portugueses seguirão o exemplo do mais elevado sentido de justiça.

Mais do que tudo, os portugueses precisam de exemplo. Exemplo dos seus maiores e dos seus melhores. Os exemplos dos seus heróis, mas também dos seus dirigentes. Dos afortunados, cujas responsabilidades deveriam ultrapassar os limites da sua fortuna. Dos sabedores, cuja primeira preocupação deveria ser a de divulgar o seu saber. Dos poderosos, que deveriam olhar mais para quem lhes deu o poder. Dos que têm mais responsabilidades, cujo "ethos" deveria ser o de servir.»

Enquanto houver em Portugal pessoas a pensar assim, sou orgulhosa de ser Portuguesa.

Precisamos é de pessoas com esta CORAGEM!!

Teresa VV

PS. Discurso integral em PDF disponível http://static.publico.clix.pt/docs/politica/antonio_barreto_10062009.pdf

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