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Sunday, 25 March 2012

Tuesday, 13 December 2011

Publicação do novo artigo!!

Publicação do artigo apresentado na Academia Sibelius (Helsínquia) em Setembro 2010

Music as Performance: a place of fight and flight



Tvv

Tuesday, 18 October 2011

Entrevista a Semanário da Póvoa de Varzim

SECÇÃO: Cultura

Entrevista a Teresa Vila Verde

A Dança dos Sentidos

Teresa Vila Verde

"Nascida em Barcelos em 1974, Teresa Vila Verde é licenciada em Bioquímica pela Universidade do Porto e é licenciada em piano pela Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo. Tem mestrado em Música Contemporânea pela Brunel University, West London e dá aulas de piano na Escola de Música da Póvoa de Varzim. Na 4ª edição do Festival de Teatro É-Aqui-In-Ócio, venceu o prémio do público, melhor performance, com o vídeo “Straight from the heart”.

A Voz da Póvoa – Como é que descobriu o caminho da performance?

Teresa Vila Verde – Foi com a música contemporânea e por influência do compositor americano George Crumb. Comigo o piano tem que estar amplificado para as pessoas ouvirem todas as vibrações. Tenho a escola do som perfeito, do clássico, sei o que é tocar bem e gosto disso. Mas também gosto de explorar os sons da madeira, o som do gesto, das vibrações do corpo no piano. Foi uma linguagem que desenvolvi no meu projecto de improvisação.

A.V.P. – Os seus espectáculos convivem muito com o momento de improviso?

T.V.V. – O momento é importante mas a improvisação tem muito trabalho. Nos ensaios vou criando esquemas e linguagens que funcionam como marcações. Mas depois, em palco, nunca sei exactamente o que vou fazer. Sei começar e como acabar, quando vai ser mais agreste ou mais doce, mas não pretendo perder a espontaneidade. Há um tempo elástico que nos permite ir sempre mais além. Nada colide, tudo se completa.

A.V.P. – Há alguma situação em que o piano possa sair mal tratado?

T.V.V. – Sei onde ponho as mãos e a forma como as coloco. Isto de ir para dentro do piano em busca de sons já se faz desde os anos 60 do século passado, não inventei nada. O gesto é realmente forte mas a estucada é suave. Com o piano tento fazer abordagens diferentes do convencional, mas tem muito teatro. Tal como na infância, volta-se ao espanto e à surpresa.

A.V.P. – Cada espectáculo que faz é um mundo de afectos que procura?

T.V.V. – Tem que ser capaz de transformar os outros e de me transformar. Pina Bausch sempre falou do amor e eu gostava de homenageá-la com um espectáculo sobre o amor. A falta de amor gera vazios. Tal como o espectáculo, o amor é uma construção, implica saber lidar com a frustração e com a dúvida.

A.V.P. – Como se libertou de uma sociedade pouco aberta ao imaginário?

T.V.V. – Venho de uma sociedade católica em que o corpo é pecado e de uma escola intelectual onde o corpo não existe. Continuo a ser profundamente cristã nos valores, mas penso pela minha cabeça e analiso segundo os contextos. Tenho muito respeito pelo outro ser humano. Sei que vivo num mundo que parece não ter valores, onde não há a educação para o amor. Isso choca-me.

A.V.P. – Como professora de piano o quê que mais investe nos alunos?

T.V.V. – Tento criar relações genuínas com eles. É importante interligar a música às suas vidas e não fechá-los no dogmatismo da perfeição que se adequa ao século XIX e à estética do centro da Europa. Os miúdos são inventores e improvisadores natos. Sou uma pessoa adulta e não me apetece esconder nada das crianças. Não consigo ter vidas duplas nem máscaras.

A.V.P. – Gostaria de continuar a conciliar o ensino com o espectáculo?

T.V.V. – Quero continuar a dar aulas e fazer as minhas performances. Sinto que sou uma boa professora para miúdos tímidos, que têm que ser desembrulhados, porque fui essa criança na infância. Não quero fechar-me seis horas no piano sem falar com ninguém. A arte não é um sacerdócio. Quero uma vida. Eu sei que sou uma pessoa feliz. As pessoas que não têm a segurança dos afectos são muito mais vulneráveis."

In Jornal "A Voz da Póvoa" de 12/Outubro/2011

Acessível em: http://www.vozdapovoa.com/noticia.asp?idEdicao=299&id=11069&idSeccao=2729&Action=noticia

TVV

Thursday, 20 January 2011

My next move: Workshop na Companhia de Olga Roriz

Workshop "Teatro Físico" 
por Fabrizio Pazzaglia

14,15,16,18 e 19, das 18h00 às 21h00 

Para bailarinos, actores e cantores

Descrição


O Workshop encontra-se estruturado em duas partes:



1 | Trabalho físico

Consciencialização do corpo através de técnicas como Feldenkrais, antiginastica, exercícios fitoterápicos.
Trabalho de dança no chão, dança contacto, a dois e em grupo. Improvisação.

2 | Trabalho de texto

Trabalho de respiração, de som, sozinho e em grupo. Improvisação.
Leitura de um texto, trabalho sobre o fragmento e reconstituição do texto.

Mais informaçõesCompanhia Olga Roriz
Rua da Prata, 108 1100-413 Lisboa/Portugal
Tel.: 21 848 23 18 | T.M.: 91 819 23 10
companhiaolgaroriz@sapo.pt

Tvv

Friday, 18 June 2010

Pensar, pensar... por José Saramago

"Acho que na sociedade actual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de refexão, que pode não ter um objectivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objectivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, nao vamos a parte nenhuma."
José Saramago (1922-2010)

Revista do Expresso, Portugal (entrevista), 11 de Outubro de 2008

in blog http://caderno.josesaramago.org/ (acedido a 18/06/10)

Tuesday, 1 June 2010

1º Andar - Mostra de Criadores Emergentes no âmbito das Artes Performativas

Estão abertas as candidaturas para 1º Andar – mostra de criadores emergentes 2010.
Serão seleccionados 4 espectáculos, a apresentar nos dias 25 e 27.Novembro e 2 e 4.Dezembro’10, na Covilhã. As propostas deverão ser enviadas até dia 9.Julho’10.
Os interessados deverão solicitar o regulamento e ficha de inscrição por e-mail (qp@quartaparede.pt).

[My next move!!]

Teresa vv

Helsinki, here I go!

A minha proposta para a conferência de Helsínquia foi aceite!!
Será na conferência The Embodiment of Authority: Perspectives in Performance, que se irá realizar em Setembro próximo. Uma conferência muito á frente. Quero mesmo estar lá!!
http://www.embodimentofauthority.net/

Irei apresentar "MUSIC AS PERFORMANCE: A PLACE FOR FIGHT AND FLIGHT".

Segue-se o abstract da minha proposta:

Envisioning music from a performance’s perspective represents to me an extraordinary platform to re-think, re-evaluate and re-enact music-making in the present context. As Marvin Carlson said (2004), performance is the process by which past forms of thinking and doing are adjusted and changed in the present, to answer the new motivations, needs and ways of living. To think about “music as performance” we need to challenge many ideas about the way music is typically thought, performed, perceived and studied by composers, musicians, listeners and researchers (a fight). But the benefits gained in this process are huge: we find a safe environment to test new artistic models, new languages to represent ideas, new modes of interaction between co-workers, and new strategies to address the audience (a flight). As a musician with keen interest in the performance world, at this conference I will present my latest work, entitled “Music or Performance? That is the Question”, which intersects written/improvised music with live video, performance, theatre and autobiography. It involves the collaboration of five different-skilled persons, including a sound and a video technician, a light designer, a theatre director and a music performer, and aims to defy conventions about what a concert, a pianist and a woman is. The presentation of this multimedia work will start with the deconstruction of its creative process followed by video screening of some of its relevant moments. Finally, more theoretical issues regarding the philosophical nature of the event, the authorial relationship between co-workers, the mode of perception by the viewers, the strategies to document a live event for further investigation and diffusion, and the way it connects with contemporary culture and life style, will be addressed.

Tvv

My new video is out there!

Finalmente tenho o video do meu último trabalho, "music or performance? that is the question". Musica, video, teatro, performance, autobiografia, e sonho. Eis os ingredientes!




Gravado em Novembro 2009, em Braga.

Tvv

Saturday, 1 May 2010

Performance na Póvoa de Varzim



Música ou performance? Eis a Questão
Concerto/performance por Teresa Vila Verde

Sábado, 8 de Maio, 21.30h
Diana Bar, Praia da Póvoa de Varzim

Pode a música ser performance e o músico ser performer?
Pode a música explorar um lado marcadamente corporal, visceral e visual?
Pode a música dialogar de forma íntima com outras linguagens artísticas e tecnológicas?
Pode a música abordar questões pertinentes do “modus vivendi” actual?
Pode a música transcender a dimensão lúdico-estética e ter também um papel pedagógico e social?

Estas e outras questões estão no cerne do projecto Música ou Performance? Eis a Questão - evento performativo que questiona o que acontece quando cruzamos linguagens, disciplinas, sensibilidades e concepções tradicionalmente tidas como opostas ou incompatíveis.

Música ou Performance? Eis a Questão cruza a música, o vídeo, a performance e o teatro, e descreve alguém que em vez de se submeter passivamItalicente a caminhos convencionais vai, de questão em questão, à procura de uma linguagem expressiva que a exprima na plenitude.
É fruto directo da participação da pianista-performer no workshop Autobiology (Glasgow/2009), um programa criado pela dupla anglo-americana Curious com o objectivo de explorar o visceral, os “gut feelings”, as conexões entre o corpo e a mente, biologia e autobiografia, visando a criação de material artístico “straight from the heart”.

Para mais informações consultar a página http://www.myspace.com/teresavilaverde.

Ficha Artística
Concepção musical: Teresa Vila Verde
Direcção artística: Vítor Alves da Silva
Luz: Margarida Alves
Som: João Pedro Carvalho
Vídeo: Joana Fernandes Gomes

Preço dos Bilhetes
5 euros adultos
3 euros jovens até 25 anos/reformados
Bilhetes á venda na Associação Pró-Música/Escola de Música da Póvoa de Música e, no dia do espectáculo, no Diana Bar

Informações
Para mais informações, por favor contactar a Escola de Música da Póvoa de Varzim, tel. 252614145

Friday, 9 April 2010

CCB/Belém Urbana 2010: Call for proposals

BELÉM URBANA 2010
CCB FORA DE SI BELÉM URBANA 2010

Pelo segundo ano consecutivo o Festival ccb fora de si promove a iniciativa Belém Urbana, um dos eixos de programação, a realizar em Julho e Agosto de 2010.

Este projecto incide sobre a arte urbana nas suas múltiplas expressões: música, dança, teatro, novo circo, performance, projectos site specific, cinema, vídeo e multidisciplinares, com o intuito de reunir uma programação nacional de qualidade, adaptada às características dos espaços exteriores do Centro Cultural de Belém.Vimos convidar artistas e criadores portugueses ou estrangeiros que residam em Portugal a apresentar projectos de pequeno e médio formato, em qualquer uma das áreas mencionadas. Também são bem-vindos projectos dirigidos a crianças, jovens e famílias.

Os projectos devem ser enviados, até ao dia 30 de Abril para:

Fundação Centro Cultural de Belém
CCB FORA DE SI
Praça do Império
1449-003 LISBOA

Para informações adicionais
TEL: 213 612 400
mailto:belem.urbana@ccb.pt

Tvv

Tuesday, 6 April 2010

The Embodiment of Authority: Perspectives on Performances

The Embodiment of Authority: Perspectives on Performances
10–12 September 2010, at the Department of Doctoral Studies in Musical Performance and Research, Sibelius Academy, Helsinki, Finland.

Call for Papers
The Embodiment of Authority Conference will be part of the recently formed international network of innovative discussion on the study of performance in the arts. One of the key aims is to look for common denominators, to link different trends in an area that seems to be developing into a major field of research in many countries. The social practices of performing, rehearsing, documenting and theorising, as well as the deconstruction of the creative process in performance, lie at the very heart of the conference.

One of the questions to be addressed is that of "authorship" and collaborative creativity in art. In The Embodiment of Authority Conference, the multi-material aspects of the creativities of the composers, performers, listeners and other agents such as sound technicians or even patrons (cf. Richard Strauss's Ariadne auf Naxos), are taken into account in the act of performance.

The deadline for the submission of abstracts is Friday 30th April 2010.

More details on http://www.embodimentofauthority.net/

Teresa VV

Friday, 29 January 2010

Concurso para Apoios Pontuais da DGArtes

A Direcção-Geral das Artes anuncia a abertura do procedimento concursal da modalidade de Apoio Pontual para 2010, que visam a promoção de actividades artísticas a decorrer em todo o país e até ao final do primeiro semestre de 2010. Está prevista, através de Despacho de Sua Excia a Ministra da Cultura de 30 de Dezembro de 2009, a atribuição de um máximo de 50 apoios, distribuídos por quatro patamares financeiros, num montante global de 800.000 Euros.

Para este procedimento, são elegíveis entidades de criação, entidades de programação, entidades mistas, desde que sediados no território de Portugal continental, bem como grupos informais e pessoas singulares. Todas as áreas artísticas tuteladas pela DGArtes são abrangidas pelo Apoio Pontual: arquitectura, artes digitais, artes plásticas, cruzamentos disciplinares, dança, design, fotografia, música e teatro.

Os apoios a conceder visam os seguintes domínios artísticos: criação, programação, interpretação, experimentação, residências, formação artística e técnica, formação e desenvolvimento de públicos.

APOIO PONTUAL 2010 - DISTRIBUIÇÃO POR PATAMARES FINANCEIROS:
De acordo com o Regulamento das Modalidades de Apoio Directo às Artes, constante do anexo I à Portaria nº 1204-A/2008 de 17 de Outubro, as candidaturas a este procedimento são apreciadas em conformidade com os critérios estabelecidos no artigo 17º. São prioridades estratégicas para este procedimento: o carácter inovador e natureza singular dos projectos e seu potencial de afirmação no contexto das artes nacionais e internacionais; a criação de oportunidades para a qualificação de artistas e outros agentes, numa perspectiva de formação de equipas que privilegie a emergência de novos valores no contexto das artes contemporâneas; e o contributo para a equidade de acesso à fruição das artes por parte dos diversos públicos.

As candidaturas a este procedimento são apresentadas através de formulário online, até às 17h do dia 2 de Fevereiro de 2010, e serão objecto de apreciação pelos serviços técnicos da DGArtes.

Lisboa, 8 de Janeiro de 2010

Thursday, 14 January 2010

ANTI - Contemporary Art Festival 2010 (Finland): Call for proposals

http://antifestival.com/anti-2010/lang-pref/en/

Call for proposals

ANTI Festival 2010 will focus on textual, written and language-based responses to site specificity. We encourage artists working across a range of media to consider the following areas of enquiry, these include, but are not limited to:

Page and screen-based responses to site - contextual approaches to publication and dissemination
Mapping and mark-making - geographic and topographic textual processes
Inscription - the materiality of writing
Language and translation – nationhood and place
Writing as performance - live writing as contextual and site-based practice
Performance texts and site-based processes – spatial/contextual engagement and live utterance

ANTI – Contemporary Art Festival will be held in Kuopio, Finland between Sept 29th – Oct 3rd 2010.ANTI is an international contemporary arts festival presenting site-specific works made for public space. Over the past eight years ANTI has presented live, sonic, visual and text-based art from today’s most exciting and innovative artists. A truly international festival and Finland’s foremost presenter of Live Art, ANTI is a meeting place for artists and audiences fascinated by how art shapes and responds to the places and spaces of everyday life.

ANTI’s emphasis is on site-specificity. The festival understands this term in an expanded sense; proposals may suggest works that deal with a site geographically, culturally or by association etc. The proposal form asks artists to state their preferred site for their project. Please think carefully about where and how a project will be sited. The festival will undertake all negotiations to allow projects to use public/private space. Please remember that ANTI does not programme works for gallery or theatre spaces.

As ANTI festival takes place in public space it is essential proposals consider a site’s pre-existing ‘audience’; be they passers-by, customers or residents. Alongside those who purposely visit the festival, a substantial part of ANTI’s audience are members of the public who come across the works by chance.

Sunday, 11 October 2009

Fuga de Luanda: a única escola de música Angolana

Tive a sorte de ver este documentário no passado Sábado na RTP2

vieram-me as lágrimas aos olhos

(que benção são estas lágrimas para mim... SINTO-me finalmente)

Ouvir um piano desafinadíssimo; ver umas instalações muito precárias mas cheias de vibração humana; ouvir falar de "Romantismo" num contexto africano; ouvir o Alfredo tocar a "sonata ao luar" de Beethoven... fico sem palavras.

Mas pior são os preconceitos que os alunos, em especial as mulheres, têm de enfrentar. "Você vai estudar o quê??"

Uma delas (Domingas, 42 anos, divorciada, 5 filhos, desempregada) vivia deprimida na sua condição de mãe e esposa (a única permitida às mulheres). Encontrou nesta escola a alegria e o sentido que lhe faltava. Ao ponto de ter de se divorciar porque o marido lhe batia e ameaçava de morte por ser estudante dessa coisa estranha.

Joana diz que o seu companheiro a obrigou a escolher entre o casamento e a escola de música. Escolheu continuar os seus estudos. Quer ser a primeira mulher - baterista angolana, apesar do professor ter desaparecido a meio do ano.

A directora da escola recebe constantemente ameaças de morte pelo facto de ser mulher num cargo de chefia. É muito difícil ser-se "chefiado" por alguém que usa saias. Ela decide ir-se embora e a escola fecha.

Alfredo, que escapou ao destino de ser soldado, luta por um espaço seu na música. Ele toca Beethoven com uma dedicação e abnegação louvável. Um amor gratutito a algo que acredita e sente como único caminho possível para a sua vida.

O documentário vai mais longe e filma estes estudantes em suas casas. Ver um dos filhos a tomar banho numa bacia pequena com a ajuda de um caneco, tocou-me fundo outra vez...

É incomparável esta situação com a nossa. Sim, estão muito "atrasados" dos índices ocidentais, quer musicais, sociais, quer escolares; mas aqui tal comparação nem se põe. Esta escola é MUITO mais do que qualquer índice europeu.

É preciso resistir ao apelo fácil de considerá-los "coitadinhos". Eles são é uma FORÇA DA NATUREZA! E por isso, uma inspiração para mim.

Todas as escolas de música Portuguesas deveriam ver este documentário. Porque é fundamental não esquecer a essência da música, o seu papel na vida das pessoas. Sejam elas profissionais, estudantes, meros diletantes, amadores, melómanos ou simplesmente pessoas. É primordial nunca deixar de sentir a compreensão, a alegria e o sentido que sentímos naturalmente em criança, mas que muitas vezes se esmaga face a uma competição desenfreada onde o tudo vale.

Nesta escola vi e senti a importância da Música na vida das pessoas. Não o esqueçamos!

Teresa

Para saber mais, consultar http://www.escapefromluanda.com/about.php

Wednesday, 15 July 2009

Pós «Pitié!» de Ballets C. de la B.

A semana passada tirei a barriga de misérias
E fui ao DANCEM'09 ver a companhia de dança belga C. de la B.
Foi um soco na barriga
mas não uma congestão!!




"Mas o que é isto?" pensámos nós, meros mortais
vemos coisas que gostámos, outras odiámos, outras extasiam-nos, outras magoam-nos
é visceral, vai aos limites de tudo, da dança, dos corpos, do Belo, do movimento
sempre com boa música...
gostei do diálogo entre J. S. Bach e a contemporaneidade pelo talento de Fabrizio Cassol
a música e as palavras ditas ao "microfone-confessionário" entrelaçam tudo num todo
saí com os meus sentidos intoxicados, saturados, ultra-
estimulados
por isso Adorei!!


É que para andar dentro dos limites, ando eu todos os dias
para ver coisas bonitinhas, politicamente correctas ou uma sensualidade enlatada
não preciso de ir ao teatro
Eu quero é algo que me toque FUNDO
me tire da apatia da vida quotidiana
quero uma arte que rasgue, que ouse, que arrisque uma sincera loucura
Arte que me olhe de frente
e de olhos nos olhos me mostre algo forte
Esta companhia desafiou-me
E é assim que eu gosto de ser tratada

Tvv


Friday, 10 July 2009

Amin Maalouf: para compreender o Mundo de hoje

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1391201&idCanal=14

Acerca da entrevista a Amin Maalouf ao Público, escritor libanês residente em França
Pessoa com uma visão clara dos dois mundos, o do Ocidente e o Àrabe
Alguém que tenta compreender historicamente as tensas relações entre eles
Compreender para depois fazer pontes, encontrar pontos de diálogo entre velhos "inimigos"

Toda a colonização foi, e continua a ser, desigual
Envolveu dominação e opressão por parte do mais forte pelo mais fraco (militarmente falando)
Mas esqueceram-se que tudo o que fazemos pode ter forte impacto nos outros e o 11 de Setembro foi o reverso dessa luta
Quem é líder do que quer que seja tem de ter presente uma coisa
liderar é ter uma responsabilidade perante os Outros
Os líderes deveriam ser exemplos, modelos a seguir e não déspotas ou egoístas
Infelizmente raros são os líderes que têm este sentido de missão...

Respeito Cultural
Ninguém quer ser desrespeitado, dominado e oprimido
ninguém quer que a sua cultura (língua, formas de estar e de pensar, tradições, religião, etc.) seja ignorada e tida como tribal e obsoleta
Daí que Amin apresente como "solução" para o mundo de hoje a edificação de uma única civilização - uma civilização capaz de englobar todas as micro e macro-culturas que pululam por esse mundo fora

É uma atitude contra qualquer bloco ou poder central
Contra qualquer hegemonia ou forma totalizante
O mundo de hoje faz-se de mesclas, de misturas, de vivências com todo o género de tribos e estilos de vida
O futuro TEM de seguir o rumo da integração do Outro
Simplesmente porque não há outra alternativa ao futuro

Crise: será tudo mau?
E isto lembra-me muitas outras coisas
Por exemplo, o facto de estarmos a viver uma CRISE
Para mim não é mais do que o colapso de um sistema económico que não tinha em conta os recursos limitados da Terra, nem o bem-estar das pessoas
A queda de um sistema que se alimentava do lucro fácil e não sustentado de uma minoria, face à opressão dos interesses da esmagadora maioria das pessoas
Algum dia isto teria de PARAR!
Chegou esse momento, parece-me (graças a Deus!)

As crises são momentos de mudança, de criatividade, de procura de novas soluções
São reacções naturais contra a estagnação e soluções instaladas
Chegou a hora de alimentarmos o nosso espírito criativo e empreendedor e meter mãos à obra
É hora de pararmos, olharmos à nossa volta e perguntarmo-nos «por onde devo seguir? que devo fazer?»
É hora de arriscarmos novos caminhos, até aqui banidos ou desvalorizados
E tal passa por respeitar mais o planeta e as pessoas, com todas as suas diferenças e diversidades
Passa pelo despertar das novas gerações para o ecológico, a cidadania, o respeito multicultural e para consciência do papel activo de cada um face a um sistema colectivo

Não me esqueço de ter sido veementemente repreendida por uma criança de 3 anos pelo facto de estar a juntar todo o lixo num mesmo recipiente
Onde está o Teu ecoponto? disse-me ela
Não soube o que responder...
Envergonhei-me da minha atitude negligente e aprendi uma lição
Com crianças assim pode ser que o Futuro, afinal de contas, não esteja perdido

Tvv

Tuesday, 7 July 2009

Obrigada, Pina...

Uma semana após a morte de Pina Bausch, a minha musa, recordo palavras que escrevi num post antigo sobre a razão da minha admiração incondicional (algo raro em mim!) a esta coreógrafa.

«Consegui!!! Consegui comprar um bilhete para ver finalmente ao vivo a companhia da Pina Bausch, a Wuppertal Tanztheatre, em duas criações emblemáticas: «A Sagração da Primavera» e o «Café Muller». Após tantos anos de espera...



O trabalho da Pina Bausch é uma inspiração para mim.

Porque o que conta são as pessoas. Somos nós. As suas histórias são as nossas histórias. Vemos abraços, encontros, desencontros, alienação e a procura desesperada de um sentido no meio do caos. Pina fez-me tomar consciência de que toda a criação artística é uma metáfora da Vida, onde o passado se cruza com o presente. E talvez com o futuro...

Porque a sua matéria-prima são as emoções. São as nossas emoções. No ‘Café Muller’ há uma distância brutal entre todas as personagens; elas nunca se encontram… é-me muito perturbador. Duas delas estão absorvidas num abraço inerte. São ausentes, anestesiadas, talvez oníricas; há a mulher solitária. Nervosa, perdida em gestos indecisos. Ela procura e procura, mas não sabe o quê, onde nem porquê; e depois o 'waiter', a personagem mais real no meio de personagens isoladas no seu mundo. O rapaz que procura em vão compor o mundo através das cadeiras e dos abraços. Eu pergunto, no meio destas personagens onde estamos nós? Somos aqueles dois seres que se abraçam como que fugindo ao que os rodeia? Ou aquela mulher perturbada, perdida em si própria? Ou aquele ser que procura desesperadamente pôr ordem nas cadeiras do café? Não fomos todos já um pouco destas personagens? Sim, a distância entre elas é tremendamente perturbadora. E é nesta distância ou tensão que eu quero trabalhar.

Porque os seus bailarinos estão longe dos padrões de beleza e de performance física que nos são apresentados a todo o momento pela TV e media em geral. Os seus bailarinos são pessoas como nós. Os seus corpos também envelhecem, ganham rugas e marcas com o tempo. Pina B. sabe que um corpo sem marcas é um corpo sem histórias; é um corpo incapaz de uma expressão inteira. Por isso ela não trabalha com belezas plásticas e rígidas; ela trabalha com pessoas como nós. Com corpos que sentem como os nossos. E o sentir forte não é apanágio da juventude. É apanágio do ser humano;

Pina B. é uma pessoa que se atrapalha com as palavras. Não é através delas que melhor se exprime. É pelos gestos das suas mãos. É aí que tudo começa. Tudo o que nos é apresentado um dia como grande e sofisticado, começou por uma pequena pergunta ou por um movimento não pensado. Mais uma vez, a importância das coisas sem importância...

Por tudo isto e muito mais, ela me inspira.

Teresa»

PS. Música de Purcell. Liiiiiinda!!!!



Monday, 25 May 2009

Edgar Morin & Laurie Anderson

«O filósofo e sociólogo Edgar Morin, que hoje participa em Viseu num colóquio sobre Educação promovido pelo Instituto Piaget, defende uma "reforma radical" do modelo de ensino nas universidades e escolas, salientando a necessidade de acabar com a 'hiperespecialização'.

"Temos a necessidade de reformar radicalmente o actual modelo de ensino nas universidades e escolas secundárias. Porquê? Porque actualmente o conhecimento está desintegrado em fragmentos disjuntos no interior das disciplinas, que não estão interligadas entre si e entre as quais não existe diálogo", sublinha, em entrevista à Lusa. O filósofo francês considera que o modelo actual leva a "negligenciar a formação integral e não prepara os alunos para mais tarde enfrentarem o imprevisto e a mudança".

Edgar Morin, de 88 anos, critica, por exemplo, que nas escolas e universidades "não exista um ensino sobre o próprio saber", ou seja, sobre "os enganos, ilusões e erros que partem do próprio conhecimento", defendendo a necessidade de criar "cursos de conhecimento sobre o próprio conhecimento". Lamenta, igualmente, que a "condição humana esteja totalmente ausente" do ensino: "Perguntas como 'o que significa ser humano?' não são ensinadas", critica.

Por outro lado, acredita que a "excessiva especialização" no ensino e nas profissões produz "um conhecimento incapaz de gerar uma visão global da realidade", uma ‘inteligência cega’". "Conhecer apenas fragmentos desagregados da realidade faz de nós cegos e impede-nos de enfrentar e compreender problemas fundamentais do nosso mundo enquanto humanos e cidadãos, e isto é uma ameaça para a nossa sobrevivência", defende.

"Está demonstrado que a capacidade de tratar bem os problemas gerais favorece a resolução de problemas específicos", garante Morin, lembrando que a maioria dos grandes cientistas do século XX, como Einstein ou Eisenberg, "além de especialistas, tinham uma grande cultura filosófica e literária".

"Um bom cientista é alguém que procura ideias de outros campos do conhecimento para fecundar a sua disciplina", afirma, sublinhando que "todos os grandes descobrimentos se fazem nas fronteiras das disciplinas". Garante também que "apesar de em muitas universidades norte-americanas existir maior flexibilidade no que toca ao modelo ensino", nos Estados Unidos existe o "mesmo problema que na Europa". »

Texto retirado de : http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=31878&op=all


Não conhecia as ideias de Edgar Morin mas após leitura deste texto fiquei bastante curiosa de conhecer o seu pensamento, que parece ser tão radical quanto urgente nos tempos actuais. Igualmente sou avessa ao "conhecimento hiper-especializado", por múltiplas razões que nem vale a pena citar, mas sempre pensei ser uma questão de âmbito pessoal, não geral. Esta crença cega nos especialistas ("aqueles que vão resolver todos os nossos problemas") sempre me fez arrepiar...

Claro que todos nós precisamos de nos focarmos em algo, de nos especializarmos nalguma coisa, mas o perigo acontece quando nos tornamo-nos parte de um "clube" fechado que segue a lógica do "nós é que sabemos resolver os problemas das pessoas, logo, nós é que somos realmente importantes no mundo. Os outros não interessam". É preciso, dentro da nossa especialidade, pôr as antenas viradas para fora no sentido de establecer ligações ao que nos rodeia. Talvez daqui venha o meu fascínio pela filosofia, que sempre vi como a disciplina capaz de ligar os múltiplos fragmentos numa unidade mais ou menos coesa. É a filosofia que me dá noção do todo. Ela aborda o conhecimento científico, social, artístico, técnico, virtual, psicológico, etc., num único discurso. Cria a síntese.

Bem a propósito, o último trabalho de Laurie Anderson (Homeland, que vi o ano passado no Barbican) ironiza entre outras coisas esta cultura de idolatria dos "experts". A letra desta "canção falada" é magnífica! Ouçam com atenção, porque "only an expert can deal with the problem"...




Ela é realmente a "21st troubadour", como disse há uns meses atrás a jornalista americana Joy Goodwin (New York Sun).

Tvv

Thursday, 30 April 2009

World Digital Library

Cá está mais uma maravilha cibernética.
A World Digital Library: http://www.wdl.org/en/



Uma biblioteca global acessível a todos, em todas as línguas, onde encontro mapas do século 18 do "Kingdom of Algarve" (é assim que é referido no site) ou um livro sobre as "possessões" lusas na Oceania, de Affonso de Castro (1867).

Curioso também um livro chinês sobre as cerimónias relacionadas com o Amor e Romance, escrito em lígua Naxi (nunca ouvi tal!), apenas usado em rituais shamanísticos. Bem, só tem duas páginas muito ilustradas com animais e pássaros. Lamento mas isto não é o Kama Sutra chinês.

Para já tem essencialmente documentos históricos, normalmente pouco acessíveis ao público.
Fica aqui o registo desta biblioteca online recentemente "aberta" ao público (tem 9 dias de vida).

Tvv

PS. Notícia da Ípsilon acedida hoje: http://ipsilon.publico.pt/livros/texto.aspx?id=228510

Thursday, 9 April 2009

Unbound & Franko B


Cá está uma loja online para os interessados em publicações e artefactos relacionados com Live Art: teatro experimental, body art, performance digital, história e teoria da Performance. Podem encontrar livros, DVDs, bem como edições limitadas, e os preços variam entre as 10£ e as 500£. Este último valor refere-se a uma edição limitada de um livro de Franko B feito para o 10º aniversário da Live Art Development Agency.
Este italiano, radicado em Londres há três décadas, é dos artistas mais em voga no mundo da Live Art. TODA a gente quer fazer workshops com ele! Ele é que é!
Investiguei um bocadinho sobre o seu trabalho e o que me saltou mais à vista foram os títulos dos seus projectos. Pararam a minha respiração..

Oh Lover Boy (2001)
I Miss You!
I'm Thinking of You (2009)
Blinded by Love

Meu Deus, que homem mais intenso! Só poderia ser latino (e muito gay)!

Tvv