Saturday 12 February 2011

"Talk Show" de Rui Horta - Impressões a Quente




Este espectáculo é muito mais do este video.

Há muitas "camadas", imagens, palavras, suores, sinais característicos dos corpos envelhecidos, mãos entrelaçadas, sexo, abraços, que estão ausentes aqui.

Há um rodopio constante de corpos e palavras que se vêm, se ouvem, se imaginam e que nos intoxicam pensamentos e sentidos.

Vemo-nos ali, sem máscaras... a nossa matéria física, espiritual e evolutiva ao longo do tempo.
Um corpo que é também o nosso, enredado em paixões, histórias, sentimentos exacerbados e em ternura.

Aqui, questiona-se se o amor ao longo dos anos. Será isso possível? Se sim, como se transmutará numa e noutra e ainda noutra "coisa" que também é amor? Como é amar alguém aos 20 e aos 60 anos?

A minha questão aqui é, nos tempos de crise, de instabilidade e de egoísmo que vivemos, será possível o amor perdurar anos? Poderá ele sobreviver às crises, dúvidas, mágoas, cicatrizes, desilusões, silêncios, afastamentos... será o amor ainda uma possibilidade "possível" nos dias de hoje?

"Talk Show" é um exercício sobre estas questões; e sim, dá-nos algumas pistas de como isso poderá ser possível, apesar de todos os tumultos que nos rasgam a alma...

Este espectáculo conseguiu falar-me de Amor. Que benção!

Tvv

PS: Curioso ver este espectáculo numa altura em que tenho de estudar "gestão de conflitos" e reflectir sobre estratégias para a sua resolução, como a negociação entre pares. Tudo o que leio relativamente a este tema (sempre interligado à educação) posso aplicar na minha esfera privada. São este tipo de conexões que me enriquecem a vida. Eu interligo TUDO na minha vida.




1 comment:

  1. Bem, há outras questões que se levantam aqui: quando as pessoas são doentiamente utópicas e não aguentam a natural metamorfose ao longo do tempo, não aguentam a mudança necessária para que a relação possa crescer e, simplesmente, desistem. Cá temos a onda que destrói tudo o que um dia foi significativo num instante...
    Neste caso, deixa de haver tempo para o florescimento e apenas há morte e dor...

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