Wednesday 25 March 2009

Sobre o Twitter e outras ciber-necessidades

Eis um link para perceber isto do Twitter, algo que para mim é uma novidade.

http://tvig.ig.com.br/88865/twitter-e-privacidade.htm

Com algum espanto verifico que já existe um canal Twitter Portugal! (Nestas coisas cibernéticas ninguém perde tempo...) Se entendi bem, as pessoas respondem a uma simples pergunta: o que estás a fazer neste momento? As respostas vão para o canal Twitter da net e todos passamos a saber da vida particular de todos. Isto já acontecia no Facebook/Hi5, mas agora é ao nível do planeta e não dos nossos "amigos". Visito agora a página nacional do Twitter. As frases são desconexas e tudo junto mais parecem aqueles poemas Dadas/Surrealistas onde cada pessoa escreve um verso a partir de uma palavra deixada por outra pessoa e assim sucessivamente. Depois lê-se tudo como se se tratasse de um poema. Sabem a que me refiro, espero? Caso contrário, visitem o café Pinguim (Porto) uma terça à noite (penso eu) e tornem-se poetas por um dia.


Voltando ao Twitter. É mais uma ferramenta que propicia um esbatimento entre as fronteiras do privado e público, muito em voga actualmente. Pergunto-me sobre as vantagens, motivações e consequências desta nova forma de expressão ciber-pessoal. Talvez valha a pena ver o vídeo supra citado para ouvir a opinião da artista brasileira Martha Gabriel sobre isto. Ela não só dá exemplos da sua aplicabilidade como alerta para alguns dos seus perigos. Por exemplo, ela adverte para alguns riscos que corremos sempre que abrimos a nossa caixa de correio e esquecemos de fazer "log out". Outros podem ter acesso à nossa informação privada sem nos apercebermos. Isto é, como diz a minha amiga Pat , um "big brother cibernético".

Isto faz-me pensar sobre as nossas necessidade cibernéticas. Porque precisamos do Hi5, Facebook, Messenger, MySpace, Flick e outros? Claro que podemos viver perfeitamente sem estes canais, mas depois de os experimentarmos já não sabemos viver sem eles. É mais uma necessidade que se criamos, desta vez contribuíndo que o nosso real se (con)funda com o virtual de forma cada vez mais homogénea e menos peceptível. Rapidamente passamos da ausência à omnipresença, fixamos efemeridades, deixamos um rasto num mundo do etéreo e partilhamos algo nosso com alguém imaginário (e, logicamente, idealizado!). Parecem-me ser meios de ultrapassar muitas limitações inerentes ao ser humano, sejam elas geográficas, temporais, profissionais ou mesmo sociais.

Eu gosto do aspecto da partilha. Claro que há sempre a hipótese de ninguém nos ler, visitar ou intervir, mas isso pouco me importa. Começo a ter o prazer de simplesmente me exprimir ciberneticamente para meu prazer. Afinal escrevo diários desde a adolescência. Ainda guardo muito para esses livros; aqui os registos são outros. Revelo, mas guardo muito mais. Porque o mistério é fundamental na nossa vida. Mas preciso da net para deixar de me sentir num buraquinho. Assim posso viver num qualquer "fim do mundo" pois faço"parte do mundo". Só não quero é que estas ciber-necessidades me dominem ou se tornem em obrigações. Por isso gosto mesmo de me afastar durante uns dias por semana do computador. Para recuperar o velho tempo vagaroso e elástico que é essencial para me ouvir.

TVV

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