
Monday, 5 December 2011
The Sound of my Body

"Music at Displaced Places"

Proposta para Seminário de Música na Escola Superior de Música e das Artes do Espetáculo/Porto
Jan2012
"Music at displaced Places”: potencialidades e constrangimentos
Descrição Sumária
É com esta expressão que Della Pollock (University of North Carolina/EUA) descreve o meu trabalho performativo após apresentação do mesmo numa conferência na Academia Sibelius em 2010. Music at displaced places significa trabalhar fora do lugar, fora do contexto, fora do padrão normalizado, fora do imaginário de expectativas do público. Isto porque o meu trabalho com a música tem privilegiado cruzamentos com outras linguagens artísticas, fruto de um longo investimento nas mais diversas áreas como o teatro, a improvisação, o vídeo, a fotografia e a performance. Este ênfase no interdisciplinar, na colaboração, na partilha de responsabilidades, na experimentação tecnológica, no lado corpóreo e autobiográfico do performer, encontra-se em consonância com a mudança de paradigma que vivemos atualmente, quer ao nível do pensamento quer da ação. Igualmente está em sintonia com a minha própria concepção da função social da Arte. Mais do que um mero entretenimento, o ato criativo é para mim um poderoso (e maravilhoso!) instrumento de intervenção no mundo contemporâneo.
Metodologia e Objetivos
Esta palestra está organizada em quatro secções. Iniciar-se-á com uma abordagem do universo da performance, do ponto de vista teórico e artístico, tal como ela é descrita por autores seminais nesta área como RoseLee Goldberg, Marvin Carlson, Richard Schechner e Adrian Heathfield, bem como pela Live Art Development Agency (UK). Após imersão neste território movediço e avesso a definições, abordarei na segunda parte como a música pode ser encarada como performance, exemplificando-o com vídeos do meu trabalho e do de outros autores. De seguida, farei uma reflexão crítica a este posicionamento artístico referindo as potencialidades e os constrangimentos associados a uma opção criativa tão pessoal e “fora do lugar”. Seguir-se-á, por fim, um período de discussão.
Como principal objetivo, esta apresentação pretende despertar os ouvintes para novas soluções artísticas e profissionais ligadas à música, desenvolver uma nova sensibilidade estética e alargar o conceito do que é, ou poderá ser, a Música e a Arte em geral.
Tvv
Friday, 25 November 2011
Tssss...odeio o amor


Monday, 24 October 2011
Tuesday, 18 October 2011
Vídeo "Straight from the Heart"
Straight from the Heart from Teresa Vila Verde on Vimeo.
TVV
Entrevista a Semanário da Póvoa de Varzim
SECÇÃO: Cultura | |
Entrevista a Teresa Vila Verde A Dança dos Sentidos "Nascida em Barcelos em 1974, Teresa Vila Verde é licenciada em Bioquímica pela Universidade do Porto e é licenciada em piano pela Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo. Tem mestrado em Música Contemporânea pela Brunel University, West London e dá aulas de piano na Escola de Música da Póvoa de Varzim. Na 4ª edição do Festival de Teatro É-Aqui-In-Ócio, venceu o prémio do público, melhor performance, com o vídeo “Straight from the heart”. A Voz da Póvoa – Como é que descobriu o caminho da performance? Teresa Vila Verde – Foi com a música contemporânea e por influência do compositor americano George Crumb. Comigo o piano tem que estar amplificado para as pessoas ouvirem todas as vibrações. Tenho a escola do som perfeito, do clássico, sei o que é tocar bem e gosto disso. Mas também gosto de explorar os sons da madeira, o som do gesto, das vibrações do corpo no piano. Foi uma linguagem que desenvolvi no meu projecto de improvisação. A.V.P. – Os seus espectáculos convivem muito com o momento de improviso? T.V.V. – O momento é importante mas a improvisação tem muito trabalho. Nos ensaios vou criando esquemas e linguagens que funcionam como marcações. Mas depois, em palco, nunca sei exactamente o que vou fazer. Sei começar e como acabar, quando vai ser mais agreste ou mais doce, mas não pretendo perder a espontaneidade. Há um tempo elástico que nos permite ir sempre mais além. Nada colide, tudo se completa. A.V.P. – Há alguma situação em que o piano possa sair mal tratado? T.V.V. – Sei onde ponho as mãos e a forma como as coloco. Isto de ir para dentro do piano em busca de sons já se faz desde os anos 60 do século passado, não inventei nada. O gesto é realmente forte mas a estucada é suave. Com o piano tento fazer abordagens diferentes do convencional, mas tem muito teatro. Tal como na infância, volta-se ao espanto e à surpresa. A.V.P. – Cada espectáculo que faz é um mundo de afectos que procura? T.V.V. – Tem que ser capaz de transformar os outros e de me transformar. Pina Bausch sempre falou do amor e eu gostava de homenageá-la com um espectáculo sobre o amor. A falta de amor gera vazios. Tal como o espectáculo, o amor é uma construção, implica saber lidar com a frustração e com a dúvida. A.V.P. – Como se libertou de uma sociedade pouco aberta ao imaginário? T.V.V. – Venho de uma sociedade católica em que o corpo é pecado e de uma escola intelectual onde o corpo não existe. Continuo a ser profundamente cristã nos valores, mas penso pela minha cabeça e analiso segundo os contextos. Tenho muito respeito pelo outro ser humano. Sei que vivo num mundo que parece não ter valores, onde não há a educação para o amor. Isso choca-me. A.V.P. – Como professora de piano o quê que mais investe nos alunos? T.V.V. – Tento criar relações genuínas com eles. É importante interligar a música às suas vidas e não fechá-los no dogmatismo da perfeição que se adequa ao século XIX e à estética do centro da Europa. Os miúdos são inventores e improvisadores natos. Sou uma pessoa adulta e não me apetece esconder nada das crianças. Não consigo ter vidas duplas nem máscaras. A.V.P. – Gostaria de continuar a conciliar o ensino com o espectáculo? T.V.V. – Quero continuar a dar aulas e fazer as minhas performances. Sinto que sou uma boa professora para miúdos tímidos, que têm que ser desembrulhados, porque fui essa criança na infância. Não quero fechar-me seis horas no piano sem falar com ninguém. A arte não é um sacerdócio. Quero uma vida. Eu sei que sou uma pessoa feliz. As pessoas que não têm a segurança dos afectos são muito mais vulneráveis." In Jornal "A Voz da Póvoa" de 12/Outubro/2011 |
TVV |